sábado, 5 de março de 2011

Podemos ser um Menininho crítico ou apenas um menininho adestrado?

O ser humano é criativo por natureza. Não importa a classe social, o país de origem ou a cor da pele, todos temos capacidade de criar e encontrar soluções para os nossos problemas. A diferença de como seremos quando adultos é a influência que o meio exerce no nosso desenvolvimento.
No texto que se segue demonstra-se claramente como muitas vezes nossas escolas, e mesmo nós pais tentamos podar a criatividade da criança impondo um saber "enlatado".
Quem disse que tenho que aprender primeiro a desenhar bolinhas  e curvas para depois desenhar as letras?

Porque a flor de caule verde e pétalas vermelhas tem que ser um padrão?
Provavelmente porque aquela professora não sabia fazer outras flores, pois a sua professora a ensinou assim e ela não olhou pela janela a quantidade imensa de outras flores que estão nos jardins.

O que temos que fazer é olhar pela janela! Sim. Olhar pela janela e ver o horizonte de possibilidades a nossa volta, todo o conhecimento já a nossa disposição e tudo que podemos também ensinar aos outros. A educação é mais divertida quando permeada de descobertas, quando prazeirosa a educando e educador.

Prefiro flores azuis. Adoro as hortências.
Nívia Caroba



O menininho


Autor desconhecido

Era uma vez um menininho. Ele era bastante pequeno. E ela era uma escola grande. Mas quando o menininho descobriu que podia ir à sua sala, caminhando através da porta da rua, ele ficou feliz. E a escola não parecia tão grande quanto antes.

Uma manhã quando o menininho estava na escola, a professora disse:

- Hoje nós iremos fazer um desenho.

- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos. Ele pegou sua caixa e começou a desenhar. Mas a professora disse:

- Esperem! Ainda não é hora de começar! E ela esperou que todos estivessem prontos.

- Agora. Disse a professora. Nós iremos desenhar flores.

- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores e começou a desenhar flores com seu lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:

- Esperem! Vou mostrar como fazer.

E a flor era vermelha com caule verde.

- Assim. Disse a professora. - Agora vocês podem começar.

Então ele olhou para a sua flor. Ele gostara mais de sua flor, mas não podia dizer isso. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com caule verde.

Num outro dia, quando o menininho estava em aula, ao ar livre, a professora disse:

- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com barro.

Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. E ele começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:

- Esperem! Não é hora de começar. E ela esperou até que todos estivessem prontos.

- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.

- Que bom, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse:

- Esperem! Vou mostrar como se faz. E ela mostrou como se faz um prato fundo.

- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar. O menino olhou para o prato da professora. Então olhou para o seu próprio prato. Ele gostara mais do seu prato do que o da professora. Mas ele não podia dizer isso.

Ele amassou o seu barro numa grande bola, novamente, e fez um prato igualzinho o da professora. E muito cedo, ele não fazia mais nada por si próprio.

Então aconteceu que o menininho e sua família se mudaram para outra casa, em outra cidade e o menino teve que ir para outra escola.

Esta escola era ainda maior do que a primeira. E não havia porta da rua para a sua escola. Ele tinha que subir grandes degraus, até sua sala.

E no primeiro dia, ele estava lá. A professora disse:



- Hoje nós vamos fazer um desenho.

- Que bom! – pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse nada. Ela apenas andava na sala. Foi até o menininho e disse:

- Você não quer desenhar?

- Sim. Disse o menininho. O que é que nós vamos fazer?

- Eu não sei, até que você o faça. Disse a professora.

- Como eu posso fazê-lo? – Perguntou o menininho.

- Da maneira que você gostar. Disse a professora.

- E de que cor? – Perguntou o menininho.

- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o que? E qual o desenho de cada um?

- Eu não sei. Disse o menininho.

E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

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